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terça-feira, 24 de maio de 2011

BANANA CRAFT

Neste Blog que é sempre genial encontrei este artigo, que repasso a todos. 

Artesanato: inspiração e cópia


Na semana passada, falei aqui sobre o quanto o artesanato pode ser criativo e original e, ao mesmo tempo, quanto pode ser apenas uma simples reprodução, sem estilo e nem personalidade. Todo o debate sobre o assunto me levou a pensar em outro ponto extremamente importante para crafters: perceber a fronteira que limita a inspiração da cópia.

Segundo o dicionário, inspiração é o “ato ou efeito de inspirar ou de ser inspirado. Coisa inspirada. Idéia repentina e espontânea”. É quando a gente vê algo tão bacana que sente vontade de criar também. Criar, colocar seu gosto pessoal, um pouco da sua história e da sua bagagem cultural. É quando se olha um bordado maravilhoso e fica pensando em que peça poderia bordar, usando cores parecidas ou um tipo de desenho novo.
Já a cópia é a “reprodução textual do que está escrito algures; transcrito, traslado. Imitação ou reprodução de uma obra original. Reprodução fotográfica; retrato. Grande quantidade; abundância”. Quando alguém abre uma revista ou acessa um blog e decide que quer fazer exatamente aquilo que está vendo ali, sem mudar nada, sem nem cogitar em ser original. É quando alguém vê um bordado maravilhoso e decide que tem que fazer igual. Reproduz o mesmo desenho, usa as mesmas cores de linha e até o mesmo tecido.
Então temos a inspiração, que é algo saudável, importante e fundamental para que o nosso trabalho evolua, cresça e se modifique com o passar do tempo. E a cópia, que não leva a lugar nenhum, que só serve para provar que a preguiça, infelizmente, ainda impulsiona muitos artesãos. Criar algo novo requer tempo, dedicação e interesse. Reproduzir é mais rápido, menos arriscado e mais fácil. Só que também é muito injusto, porque rouba a originalidade e se apropria do trabalho alheio.
É fundamental que a gente nunca esqueça que o trabalho feito a mão não se limita à atividade em si. Ele também inclui o planejamento, a elaboração, as tentativas, os acertos e os erros de projeto. Quando alguém copia, está se apoderando da parte mais pessoal e íntima, que é a criação em si. Prova disso é que existem marcas de produtos feitos a mão que contratam costureiras, por exemplo, para a execução do trabalho. Mas a elaboração das peças-piloto continua sempre sendo realizada pela pessoa que idealizou a marca e o conceito. Porque ela é a criadora e as costureiras só se limitam a executar, sem colocar nada de seu.
Aprender novas técnicas, ampliar horizontes, ler muito, ver muitas fotos, procurar por publicações antigas, encontrar sempre novos artesãos e novos trabalhos – tudo isso é inspiração. Porque serve de ajuda para o cérebro, naquela hora que a gente senta, baixa a cabeça e pensa: “o que vou fazer de novo?”. Claro que nem sempre a primeira idéia funciona e é preciso muito trabalho para que um produto faça sucesso.
É em todo este trabalho e na dedicação constante que todo crafter deve investir. E se preparar para ousar, mudar, aprender, inventar, pensar. Criar. Para não correr o risco de ter seu trabalho confundido com o de pessoas que precisam fazer de qualquer jeito e o mais barato possível, apenas para sobreviver. E para não fazer o triste papel de saber que, no fundo, não passa de um simples copista, enquanto o artista está sufocado ali dentro, à espera de espaço e de uma chance para se mostrar.

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